Crescemos com uma curiosidade e ansiedade gigantes em torno do sexo, e isso acaba criando uma visão irreal sobre ser bom de cama, que nos acompanha por anos. Criamos fantasias e expectativas sobre situações e pessoas. Queremos ter a experiência que hoje sabemos que vem somente com o tempo.
Quando somos mais jovens, nos preocupamos muito com quantidade ao invés de qualidade; temos pressa de querer vivenciar tudo de uma vez. Queremos impressionar e testar o que vimos nos filmes e livros. Isso causa ansiedade e nos atrapalha de curtir verdadeiramente os momentos sem pressão.
Como no meu caso, que fui ter o primeiro orgasmo aos 21 anos, sendo que já mantinha relações desde os 14. E não me resta nenhuma dúvida de que essa demora foi por uma autocobrança que gerava muita impaciência e, consequentemente, não conseguia chegar lá.
Durante a vida adulta e com o passar dos anos (e de muitas experiências), vamos percebendo que a verdadeira beleza está no processo de deixar rolar naturalmente: não se apegar a tentar fazer uma performance para impressionar ou seguir um roteiro que deixa tudo artificial, e nem ficar se cobrando ou culpando quando temos encontros que não saíram como esperado.
Ser “bom de cama” é, na verdade, relativo, porque vai muito além do que somente corpos nus e desempenho. É a química, a conexão, a entrega, a troca verdadeira que fazem a diferença. Então, uma pessoa pode ser para alguns sensacional na cama, e para outros, péssima e decepcionante, porque com ela não houve a sintonia esperada.
Com o tempo e com a prática, vamos aprendendo a curtir verdadeiramente sem tantas cobranças, sem script, sabendo viver e apreciar cada momento, percebendo que ser bom de cama mesmo é estar conectado, ambos satisfeitos e felizes.